A proposta do governo federal de retirar a obrigatoriedade de frequentar autoescolas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) provocou forte reação no Congresso Nacional.
O deputado federal Coronel Meira (PL-PE) classificou a medida como “um crime contra a segurança no trânsito” e afirmou que sua aprovação poderá resultar em graves consequências sociais e econômicas, incluindo a demissão de cerca de 300 mil trabalhadores do setor em todo o Brasil.
A p retenção do governo é alterar as regras de formação de condutores para permitir que futuros motoristas possam se preparar sem a necessidade de matrícula em centros de formação de condutores (CFCs).
A ideia é que as aulas teóricas possam ser feitas por ensino a distância (EAD) e que as práticas sejam realizadas com instrutores independentes, fora do ambiente tradicional das autoescolas.
Para o parlamentar pernambucano, a mudança representa um retrocesso perigoso e coloca em risco vidas nas estradas. “Estamos falando de um trabalho que salva vidas. Já temos estradas sem condições de segurança e uma Polícia Rodoviária Federal com apenas 13 mil agentes. Agora o governo quer tirar a formação técnica e prática dos motoristas. Isso é um absurdo”, declarou.
Coronel Meira foi ainda mais duro ao avaliar o impacto da proposta sobre os profissionais que atuam na formação de condutores.
Segundo ele, a iniciativa representa uma “desqualificação total” do serviço prestado pelas autoescolas e instrutores, que desempenham um papel fundamental na redução de acidentes e na educação para o trânsito.
“Querem permitir que qualquer um seja instrutor, sem critério algum, com aulas em EAD e carros sem duplo comando. Isso não é modernização, é precarização”, criticou.
O parlamentar lembrou que a formação de motoristas envolve não apenas conhecimento teórico sobre legislação e direção defensiva, mas também treinamento prático em veículos adaptados e supervisionados por profissionais qualificados.

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